segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Psicoterapia de Grupo para mulheres e idosos - Divulgação de trabalho!!


Se esses serviços te interessam, entre em contato.
Se conhece alguém que possa se interessar, por favor, divulgue!
Obrigada!
Jéssica e Mary.

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Nossa abordagem em Psicoterapia

A Arteterapia: Um caminho para o crescimento pessoal

A arteterapia, segundo a American Art Therapy Association (AATA), fundada em 1969,  que como terapêutica facilita a expressão verbal e não-verbal e o desenvolvimento dos recursos físicos, cognitivos e emocionais utilizando variadas linguagens artísticas. O uso da arte como terapia, implica que o processo criativo pode ser um meio tanto de reconciliar conflitos emocionais, como de facilitar a auto percepção e o desenvolvimento pessoal.”

A arteterapia é utilizada como facilitadora da expressão, através de metáforas e símbolos da expressão criativa, que revelam o que está submerso de forma menos ameaçadora admitindo a conscientização através da verbalização de sentimentos difíceis.

A percepção dos conflitos e sua conscientização dá-se através de leitura de imagens pictóricas, sonoras, sinestésicas e táteis, o que desenvolve a espontaneidade e auxilia ao paciente a aprender a lidar com situações semelhantes, de formas diferentes.

O arteterapeuta é um facilitador durante o processo do paciente. Através de alguns trabalhos, como por exemplo: confecção de máscaras, releituras de contos, modelagens, colagem, desenho, pintura, bem como criação de personagens, o cliente através de analogias, associações e amplificações dos símbolos emergentes passa a conectar-se cada vez mais consigo mesmo, elaborando situações difíceis, doenças, traumas, que pode ter tido.
Resumindo, a arte permite ao indivíduo não só o autodescobrimento, mas também lhe oferece um potencial criativo e transformador.

*Mary Fridman.


Gestalt-terapia: Uma abordagem fenomenológica - humanista existencial

A Gestalt-terapia, por ser uma abordagem existencial*, acredita no potencial humano, crê que as pessoas podem encontrar seu caminho na vida e assumir sua responsabilidade por esta. A maturidade nada mais é do que a responsabilidade pela própria vida e é exatamente neste sentido que esta abordagem trabalha, ajudando as pessoas a tornarem-se mais maduras emocionalmente a partir de uma maior conscientização a respeito de si mesmas.

Um dos objetivos centrais nesta terapia é mostrar ao cliente um caminho de maior autonomia e independência, baseando-se no autosuporte, contando com seus recursos internos.

A influência do Humanismo* se faz presente pela crença no potencial humano de crescimento e auto-transformção. Segundo Frederick Perls*, fundador da Gestalt-terapia, o ser humano tende a repetir padrões esteriotipados. A terapia vem para romper as esteriotipias e abrir caminho para mil novas possibilidades do ser.

Essa abordagem NÃO trabalha para o ajustamento do sujeito à sociedade. Pelo contrário, quer promover sujeitos autênticos; e, para que isso seja possível, o terapeuta também deve ser uma pessoa autêntica. Nesse terreno não se pode falar em neutralidade por parte do terapeuta, pois este deve usar-se inteiramente a serviço do processo terapêutico do cliente, compartilhando com ele experiências, sensações e emoções que afloram nessa relação. Essa relação pessoa-a-pessoa é preconizada por sua base existencialista.

A Gestalt-terapia é também criada com influências da fenomenologia*, por isso fica com o que se mostra, o fenômeno, com o que parece óbvio (mas mesmo assim temos, muitas das vezes, dificuldade de enxergar. Dentre os fenômenos a serem observados é de particular importância estar atento à linguagem corporal do cliente, porque o não-verbal revela mais do que as palavras previamente pensadas. É uma abordagem de elementos da consciência. A conscientização é a tarefa principal do terapeuta, pois é isto que gerará espontaneamente a mudança.

Aqui propõe-se que as pessoas possam vivenciar plenamente seu "aqui-e-agora" e que possam se dar conta de como fazem para não estar pleno no momento presente. Para ajudar o cliente nesta tarefa o terapeuta faz perguntas do tipo: "o que?" e "como?", raramente pergunta "por que?".
Segundo esta teoria, perguntas do tipo: "O que está acontecendo neste momento?", "O que você está sentindo agora?", "Como é seu medo agora?", "De que maneira você se afasta das pessoas?", por ex., ajudam a trazer os sentimentos à tona no momento atual, produzindo experiências imediatas e não frias racionalizações. Não espera-se uma verbalização excessiva.

Valorizar o presente não é negar o passado ou o futuro. Se uma questão do passado continua demandando energia faz parte de uma "passado-presente". Se uma pré-ocupuação a respeito de algo futuro toma nossos pensamentos no momento atual, é porque é um "futuro-presente". Tudo isto é importante, é visto e não rechaçado. A técnica utilizada aqui é orientar aos pacientes que contem desse passado ou futuro no momento presente, como se estivessem vivenciando a situação naquele exato momento. Por exemplo: Ao invés de falar sobre um trauma infantil, o cliente pode ser incentivado a dramatizar essa situação no consultório. Espera-se que assim, com a ajuda do terapeuta e estando num ambiente seguro, ele possa dar novos significados e criar novas saídas pra essa história.

É uma abordagem não-interpretativa pela parte do terapeuta; cabe ao cliente criar seus próprios significados.

Na GT trabalha-se com o conceito de polaridades, dicotomias existentes dentro do eu. Por ex: anjinho X demônio; passivo X ativo; doador X usurpador, etc. O objetivo é ajudar às pessoas a reconhecerem e aceitarem seus pólos opostos, fortalecendo assim seu self.

O conceito de situações inacabadas diz respeito a sentimentos e sensações interrompidas, não vivenciadas plenamente pelo sujeito, que, por isto, roubam energia enquanto não atingem sua plena expressão. É preciso identificar as situações na história da pessoa que não estão plenamente encerradas e trabalhar para que um desfecho (real e/ou emocional) se dê. Isto ajuda a pessoa a viver de forma mais plena. Por ex: Uma mulher que carregue consigo uma mágoa em relação ao pai, mas precise cuidar dele neste momento, pode ser que não se dê conta de seu sentimento. Porém, enquanto não puder perceber, aceitar e integrar tal sentimento em sua relação com ele, talvez nunca consiga ser de fato uma boa cuidadora.

Mini-dicionário:

Existencialismo: É uma corrente filosófica e literária que destaca a liberdade individual, a responsabilidade e a subjetividade do ser humano. O existencialismo considera cada homem como um ser único que é mestre dos seus atos e do seu destino.
A fenomenologia: É, em sentido lato, uma escola filosófica fundada por Edmund Husserl. Num sentido mais estrito, é uma disciplina da filosofia que estuda os objectos e as estruturas da consciência purificada ou transcendental, i.e., da consciência cognitiva. Trata-se, portanto, de uma investigação sobre a consciência em geral, comum a todos os sujeitos cognitivos plenos, independentemente das características psicológicas de cada um.
Humanismo: Um conjunto de ideais e princípios que valorizam as ações humanas e valores morais (respeito, justiça, honra, amor, liberdade, solidariedade, etc).
Frederick Perls: Psicólogo e psicoterapeuta alemão, Frederick Fritz Perls nasceu em 1893 e faleceu em 1970. Estudou Medicina em Berlim depois da Primeira Guerra Mundial, tendo-se especializado em psicanálise. Depois da tomada de poder de Hitler, refugia-se na África do Sul onde fundou um Instituto de Psicanálise. Em 1946 emigra para os Estados Unidos da América, vindo a sofrer uma grande influência da corrente gestaltista. Com a sua mulher Laura Perls, desenvolve uma terapia a partir dos fundamentos do Gestaltismo. Em 1951 publica o livro Gestalt Therapy, mas as suas concepções passam despercebidas. É a partir de meados da década de 60 que a Gestalterapia passa a ter aceitação. As suas concepções e princípios de trabalho influenciaram fortemente as terapias então surgidas nos Estados Unidos da América.

*Jéssica Calderon.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Por que Psicoterapia para Idosos?



Poder pensar na velhice e em formas de lidar com nossos velhos de forma digna e respeitosa é cada vez mais necessário no Brasil e no mundo. Acompanhando a tendência dos países mais desenvolvidos, o Brasil está deixando de ser um “país jovem” com o atual crescimento vertiginoso da população idosa.
            A literatura aponta que fatores sociais e ambientais propiciam um melhor ou pior envelhecimento. A partir disso, apostamos que, ao investir em trabalhos que primem pelo fortalecimento dos laços sociais de cooperação e afeto entre os idosos, estamos contribuindo para que seu envelhecer seja de maior qualidade.
            Sob o aspecto psicológico, a velhice é um momento onde muitos lutos precisam ser feitos: luto pelas perdas físicas e, às vezes, mentais; perdas sociais significativas (amigos e parentes da mesma geração, trabalho, papéis e funções antes desempenhadas na sociedade e na família, entre outras).
            É importante que o idoso tenha uma rede de apoio que o ajude a levar suas dores de forma mais suportável. É importante que nossos velhos possam romper com o isolamento que por vezes os cercam e possam se sentir úteis e queridos para outras pessoas, aumentando seu círculo de trocas afetivas.
            Obviamente, a velhice não é só caracterizada pelos aspectos negativos das perdas. Também há espaço para uma reavaliação da história de vida, há espaço para celebrar vitórias até então conquistadas e pode-se também encontrar novas fontes de prazer na vida, como a alegria de estar com netos, poder curtir o tempo de aposentadoria a seu bel-prazer, poder se dedicar a um hobby anteriormente esquecido, etc.
            A velhice é um momento particular na vida dos homens, fértil em conteúdos específicos que podem ser trabalhados a fim de promover maior bem-estar. E é por isso que apostamos na psicoterapia para idosos como um caminho viável e rico.

*Jéssica Calderon. 

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Por que Psicoterapia com mulheres?


Nós mulheres, temos sido chamadas ao largo dos anos de pessoas sensíveis, emotivas, sentimentais, românticas, controladoras, ciumentas, instáveis, reprimidas, exibidas, furiosas, inseguras, etc.

Se olharmos para o nosso passado, podemos dizer, que por milhões de anos fomos nós as que cuidamos da família nas cavernas, para que o homem pudesse ir em busca de alimento e abrigo.

Ao ficar restrita a um espaço fechado com outros seres humanos (neste caso os filhos), as habilidades que tiveram que desenvolver para cuidar dos seus foram às relacionais, de intercâmbio, de comunicação.

Portanto, é possível que as características acima descritas, possam ter sido úteis para o resguardo e a sobrevivência da família, o que amplia a nossa visão da mulher como mediadoras e facilitadoras da harmonia dentro desta.

Hoje, a mulher não é mais só dona de casa, desenvolve outros papéis sociais com os quais tem que lidar. Hoje se vê às voltas com jornadas duplas, às vezes, triplas... Trabalha fora, trabalha em casa, é filha, é mãe, é mulher!

Dentre as muitas definições que poderíamos abordar sobre esta mulher contemporânea, focamos aqui em uma de suas características, sua necessidade de comunicação com os demais, seu desejo de compartilhar e encontrar apoio em outras mulheres.

Queremos incentivar às mulheres a descobrir mais sobre suas diferentes facetas; qual é sua história, quais são as emoções, pensamentos, sensações e ações que cada uma habita. Ao olhar para dentro de nós, damos importância para o que verdadeiramente nos traz felicidade, observando amplamente as nossas diversas possibilidades de escolha. Isso nos dá uma sensação de liberdade e vitalidade, trazendo de volta, maior bem estar para nós mesmas e para as pessoas que estão ao nosso redor.

*Mary Fridman

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Contribuições de Pichón-Rivière à Psicoterapia de Grupo - O que é um grupo operativo? E sobre a resistência à mudança

Pichón-Rivière foi um psiquiatra e psicanalista argentino que introduziu o termo "grupos operativos" para falar de uma nova maneira de abordar a coordenação de grupos. Trabalhar a partir da idéia de grupos operativos, não diz respeito a um grupo particular muito diferente dos demais, mas sim tem a ver com uma forma de pensar e fazer a práxis nos grupos. "Os grupos operativos não são uma técnica, mas uma ideologia (...) uma ideologia sobre como devem funcionar e como devem ser coordenados os grupos." (p. 139. Portarrieu, Maria L. B. e Oklander, Juan T., 1989)

Um grupo operativo pode ser um grupo terapêutico, um grupo de familiares, de aprendizagem, de reflexão, etc. e este estará reunido por um objetivo comum, a realização de uma tarefa específica (tarefa externa).

Ao mesmo tempo, enquanto o grupo se empenha na realização de sua tarefa específica, outra tarefa vai se processando nos bastidores, é a tarefa interna, que corresponde à totalidade de operações que devem feitas pelos membros do grupo para manterem-se unidos e desenvolverem-se como equipe de trabalho.

Num grupo operativo o coordenador deve ter uma postura específica, deve cumprir a tarefa de apaziguar as ansiedades grupais para possibilitar que o grupo consiga realizar seu objetivo e deve fazer intervenções que possibilitem a realização da tarefa interna reflexiva, ajudando assim aos membros a se constituirem como um verdadeiro grupo.

Resistência à mudança:
* A psicoterapia (grupo ou individual) é um espaço de cura. Todo processo de cura implica mudança e toda mudança gera medo. Rivière fala de 2 medos básicos: MEDO DA PERDA (ex: perda dos benefícios secundários do sintoma) e  MEDO DO ATAQUE (ex: medo de uma situação desconhecida, com a qual não se saiba lidar). O medo gera ansiedade e esta em altos níveis gera resistência à mudança.

* As técnicas/intervenções propostas pelo terapeuta mobilizam os afetos, experiências e conhecimentos do grupo. A partir disso pode-se atuar sobre às resistências mobilizadas, podendo então permitir que a mudança e a cura aconteçam.

* O grupo deve ser um agente de mudança para cada um dos participantes. No grupo, cada participante adquire mais consciência de sua própria identidade e da dos demais. O processo de conscientização é capaz de gerar mudanças.

Bibliografia:
Osorio, L. Carlos e colaboradores. Grupoterapia Hoje, Ed. Artes Médicas, Porto Alegre, 2ª edição, 1989.

domingo, 24 de outubro de 2010

Sugestão de leitura sobre grupos


- Freud, Sigmund. Psicologia de Grupo e a Análise do Ego, Ed. Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud, v. XVIII. Rio de Janeiro. IMAGO 1974

- Osorio, L. Carlos e colaboradores. Grupoterapia Hoje, Ed. Artes Médicas, Porto Alegre, 2ª edição, 1989.

- Yalom, C. Irvim; Molyn, Leszcz . Psicoterapia de Grupo, teoria e prática, Ed. Artmed, Porto Alegre, 5ª edição, 2006.

- Zimerman, E. David; Osorio, Luiz C. Como Trabalhamos com Grupos, Ed. Artes Médicas, Porto Alegre, 1997.

Comentário sobre o livro "Psicoterapia de grupo: teoria e prática", de Irvin D. Yalon e Molyn Leszcz. Editora Artmed, Porto Alegre, 2006


O interesse pelo estudo do comportamento e psicologia dos grupos humanos vem de longa data: já em 1855, Gustave Le Bon publicou a Psicologia das multidões, até hoje um clássico no assunto, injustamente pouco lembrado, em virtude das posições políticas radicais do autor.
Não obstante, Freud, quando escreveu sobre o tema, utilizou o trabalho de Le Bon como ponto de partida, citando-o expressamente. Entretanto, o criador da Psicanálise, embora tenha produzido importantes reflexões sobre o comportamento das hordas primitivas e criação de mitos coletivos, não contribuiu de modo significativo para a psicoterapia grupal propriamente.
No começo do século passado, Joseph Pratt, um médico generalista de Boston, responsável pelo tratamento de um grande número de pacientes tuberculosos (muitos deles indigentes), por motivos econômicos e de ordem prática passou a atendê-los em grupos de 20 ou 30, duas vezes por semana, em que fazia palestras e discutia questões de saúde e respectivas condições de vida.
Observou que a troca de informações entre os pacientes promovia sensíveis melhoras no quadro clínico e situação geral da vida de cada um, demonstrando que o tratamento grupal era extremamente proveitoso.
Por isso, Dr. Pratt, que não era psiquiatra nem psicoterapeuta, é considerado, com razão, precursor da psicoterapia de grupo.
Psiquiatras também começaram a utilizar o procedimento, em geral com pacientes institucionalizados e quase sempre por motivos econômicos.
Durante a II Guerra Mundial, em razão da grande demanda de pacientes e das limitações das equipes hospitalares, o tratamento grupal foi amplamente utilizado, sendo objeto de importantes pesquisas, tendo-se destacado os trabalhos de S. H. Foulkes e Wilfred Bion, que, no Brasil, se tornaram autores de referência obrigatória.
Em seu livro clássico, Experiências em grupos, com sua teoria dos pressupostos básicos (dependência, luta e fuga, acasalamento), Bion desenvolveu modelos interessantes de interpretações dos comportamentos grupais; além disso, com suas contribuições à Psicanálise, tornou-se um dos autores de maior prestígio entre os psicanalistas brasileiros.
Entre os terapeutas de grupo, desde meados do século passado, permeia uma controvérsia importante, com reflexos na prática: deve-se tratar do indivíduo no grupo ou do grupo como uma totalidade?
Na primeira hipótese, apoiada nos trabalhos de Foulkes, as intervenções do terapeuta são, na maioria das vezes, dirigidas a cada indivíduo em particular, visando a esclarecer seus conflitos pessoais; grosseiramente, seria uma espécie de psicoterapia individual dentro de um grupo.
Na segunda proposta, adotada por Bion e seguidores, nenhuma intervenção deve dirigir-se a um paciente em particular; todas as interpretações devem ser única e exclusivamente para o grupo como uma totalidade, assinalando aqueles pressupostos básicos já mencionados. Ou seja, o grupo seria equivalente a um "indivíduo" com personalidade própria e comportamentos diferentes de cada um dos seus membros. O benefício terapêutico de cada paciente seria, então, resultado indireto dessas interpretações da totalidade grupal.
O livro de Irvin Yalon parece ser uma bem-sucedida tentativa de superar esse impasse.
Yalon é professor universitário, psicoterapeuta de grande experiência clínica e, também, autor de romances best-sellers, tais como Quando Nietsche chorou, Mentiras no divã e A cura de Schopenhauer.
Grande talento e erudição do autor justificam seu sucesso, tanto na ficção literária como na obra científica, em que se revela agudo observador e profundo conhecedor da Psicologia. No prefácio à edição brasileira, Dr. Luiz Carlos Osório, também terapeuta de grupo, escreveu:
"Este é o melhor livro sobre terapias grupais que tive em mãos nesses 40 anos como grupoterapeuta!".
O livro, de 528 páginas, consta de 17 capítulos e um pequeno apêndice, e mais de 60 páginas finais são dedicadas às notas e às referências bibliográficas, exaustivamente comentadas ao longo do volume.
O autor considera o foco interacional como o motor da psicoterapia e, acima das teorias e técnicas do terapeuta, suas atitudes, de escuta, interesse, aceitação e empatia com o paciente; enfatiza também a necessidade de desfazer a auto-imagem negativa deste.
Analisa detidamente os fatores terapêuticos, as tarefas do terapeuta, a seleção dos pacientes e a composição dos grupos, as etapas sucessivas do trabalho grupal e grupos de terapia especializados, tais como pacientes agudos internados, enfermos com patologias somáticas, grupos de auto-ajuda e muitos outros.
Além de suas pesquisas pessoais, o autor faz uma revisão de algumas dezenas de estudos controlados que comparam as terapias de grupo e individual, e observa que a terapia de grupo se mostrou mais efetiva em 25% dos estudos e em 75% não houve diferenças significativas entre elas.
Desfaz, portanto, o mito generalizado de que a psicoterapia grupal, por ser mais acessível e barata, seria um tratamento de segunda classe.
Assinala também que psicoterapias com um mesmo enfoque doutrinário, se mal conduzidas, produzem poucos resultados, enquanto outras, com enfoques diferentes, realizadas de modo correto, obtêm resultados satisfatórios e similares.
Caracteriza, assim, a importância da formação do terapeuta e a utilização adequada do método, independentemente da ideologia ou filiação doutrinária.
O texto é pontilhado com exemplos de situações práticas e histórias clínicas, ilustrando muito bem as questões teóricas apresentadas.
Redigido com estilo fluente e elegante, o livro permite uma leitura prazerosa, rica de informações de psicologia e psicopatologia, de interesse não apenas para psicoterapeutas, mas para os psiquiatras em geral.
Tem razão Dr. Luiz Carlos Osório, supervisor e revisor técnico da edição: é o melhor livro sobre terapia grupal nesses 40 anos!